O luxo de sofrer


Ninguém pode mais se dar ao luxo de sofrer muito.
Sofrimento faz recolher, retrai potência, nos coloca para dentro.
E faz parte da vida, do crescer, do viver. Ajuda a encontrar um caminho.
Surge em pequenas bolhas, que podem ou não escorrer.

Digestão explicada

Precisava digerir os afetos, incluir aprendizados, refazer comportamentos.
Tudo desce lento, ritmo de jibóia – termina em irritação. Quem foi que disse que raiva é ruim?
Quando o processo termina, hora de colocar para fora, limpar. Vou fazendo no ritmo da chuva. Embalo na produção (enraivecida).
Hoje fiz comunicação pro povo anatômico – minha primeira newsletter de próprio punho! Apropriação pouca é bobagem: fotos minhas, design emprestado da MS (arght), bate-bola.
Outro marco: o primeiro site que vendi pra Active Duck vai ao ar logo, logo. Agora só faltam mesmo os últimos detalhes.
Ah! Enquanto isso, pela via Dutra chega algo velho…
Nada como esperar produzindo!

Ressaca reeditada


Muitos acontecimentos, pouco tempo para processá-los. Teve encontro com Martha e Valéria na Marga. Saímos de lá pro bar Brahma, estabanei. Sábado, parei. Domingo, eleições. No meio do caminho até a urna, fiquei maus porque não levei a digital comigo – encontrei bandos de gente com nariz de palhaço e não registrei!
Por baixo de tudo, um cansaço pré-menstrual. Muitos acontecimentos, afetações enormes. Vamos (Active Duck) colocar o site da DisqFloral&Aromaterpia no ar… Corro contra o tempo, contra a escassez, a favor da vida.
Bateu um ressacão brabo. Preciso jiboiar pra digerir…

Overdose

Francisco Gaspar, Chico. Os olhos que brilham. As mãos, lindas. Miudeza cheia de força. A alegria de encontrar – de vez em quando, normalmente de passagem. Cruzamento. Eu saindo, ele entrando. Cada um no seu rumo na vida. Ele também jornalista, fotógrafo, ator, videomaker. Moço de muitos nomes, lindo e querido. Um amor à distância.
Hoje estreou curta onde ele atua: O.D. – Overdose Digital. Ator principal, minha gente! O ator global virou coadjuvante!!! E Chico mostra a que veio ao mundo. (Enquanto escrevo a Charlote, gata preta, está no colo. Será que olha as letrinhas? Opa, aninhou…)
Para completar, conheci um diretor jovem, totalmente desconhecido: Marcos DeBrito. Gente! Que cara! Roteiro lindo, texto ótimo, imagens de arrasar.
Corram para o cinema. Viva o Chico, o Marcos, o Leonardo (o global), a diretora de arte, a equipe inteira!!!

Comentário do Johannes (via e-mail):
Gostei do filme no geral…prefiro as cenas recortadas…sempre gostei de gibis e me agrada os HQs…
De voce meu caro?!….Adorei…Juro…bom te conhecer agindo neste mundo imagens…..tem cenas que marcam filmes, tem duas cenas suas que são intensas e marcam o discurso do filme….bom pra car…,,
Vou escrevê-la deste modo:
Cruzados os mundos, os desejos vao se enlaçando. As mãos escorregam sobre a mesa e o destino está lançado ao chão. Entre -laça as mãos colocadas atrás da cabeça, aguarda o tempo, gato velho, do insuportável. O teu sorriso me interroga e te vejo os dentes, escondidos, aguardando. Na ante sala um outro, logo seu, num destino de si ao invevitável. Me roubas a vida em fotos e te alimentas. És insaciável.

Lá vem encontro

Ontem: Dia de chuva, trabalho intenso no grupo de Corporificando. Crio coragem e me entrego na onda que formo com a Regina e os colegas. Pós-almoço, Margaret, sempre querida, faisca com seus olhos azuis, através do celular. Vem um convite – que é para poucos – um encontro sobre o contemporâneo, com duas psicólogas argentinas. É pra já! Opa, pra sexta feira, dia 29.
Hoje: No convite formal, vem texto. O texto lindo e doce, que mexe com as minhas entranhas, me faz sonhar. Aprendi nos meus encontros que é da partilha que surgem os afetos, a potência, a vida se faz mágica. É preciso dar, dizer, se investir…Choro ao escrever isso.
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Um trecho do convite da Marga, por ela mesma:
Às vezes parece que a vida nos presenteia com alguns encontros. São aqueles que continuam produzindo ressonâncias, arrastam-nos para outros lugares, mesmo depois de separados do outro. Deixam de ser encontros entre “eu e o outro”, para tornarem-se outra coisa, que já não é mais nem de um, nem do outro. Encontros onde partes de nós, ou todo o nosso corpo, entram em expansão, potencializando aquilo que é mais importante, os processos de singularização – uma espécie de benção que se pode dar a si mesmo; diferentemente de quando temos o foco nos “encontros narcísicos” que reforçam apenas uma satisfação consigo mesmo. Spinoza chama de bons encontros esse fazer do encontro uma experiência ativa.

É pensando nisso, em como algumas pessoas entram na nossa existência produzindo afecções ativas, que posso desenhar este convite. Trata-se de Uma conversa com Martha Herzberg e Valéria Herzberg, em torno da temática do contemporâneo. Antes de um convite é um desejo de criar um espaço-tempo possível de tecer relações. Um desejo de compartilhar com algumas pessoas, a possibilidade de agenciarmos outras experiências.

Como é no campo do encontro que esse desejo se expande, acredito que essa é a melhor forma de apresentar a multiplicidade de jeitos de “estar junto” que essas duas mulheres podem produzir.

Depois do encontro, prometo publicar afetações e, em breve, um post inteirinho dedicado só à Marga. Em breve, no Puzzle, a seção “pessoas que vale a pena conhecer”.