Alemão que veio do Rio

No Humaitá, à sobra do Cristo, tem alguém que sabe certinho o que acontece – e está sintonizado na onda que surfo. Em tributo a este homem tão especial e importante, publique-se:

Antes do compromisso,
Há hesitação, a oportunidade de recuar,
A ineficácia permanente.
Em todo ato de iniciativa (e de criação),
Há uma verdade elementar
Cujo desconhecimento destrói muitas idéias
E planos esplêndidos:
No momento em que nos comprometemos de fato,
A Providência também age.
Ocorre toda espécie de coisas para nos ajudar,
Coisas que de outro modo nunca ocorreriam.
Toda uma cadeia de eventos emana decisão,
Fazendo vir em nosso favor todo tipo
De encontros, de incidentes
E de apoio material imprevistos
Que ninguém poderia sonhar
Que surgiria em seu caminho.
Começa, sempre, tudo o que possas fazer,
Ou que sonhas poder fazer.
A ousadia traz em si o gênio, o poder e a magia.

Goethe

Lá vem a vida

Mino carta estréia na blogosfera. Velho jornalista, novo meio. Em silêncio começa outro mês, recheado de natureza, feriados, à beira de uma votação. Além da arrebentação, espero… a onda virá, se levantará e usando os recursos disponíveis, estarei pronta ao surfe.
Alguém me disse outro dia no MSN que é pura adrenalina. Não tenho a menor noção da sensação muscular do surfe (uma velha curiosidade). O esporte das praias, resume-se a horas olhando o mar no seu ir e vir de diversas camadas. Mas há uma nova modalidade de surfe: a vida. Há ondas que sobem, períodos de simples estar, de espera sem expectativa. Sabe-se que ela virá. A onda. As ondas. A seqüência. E no simples estar, surge uma atenção, a prontidão para experimentar. Descer, deslizar, entrar no tubo, sair, sintonizar, cair.
Delicados equilíbrios feitos em chispas elétricas. E líquidas.

Águas

Encharcada de palavras. As imagens avançam, loucas, adolescentes, em busca de um caminho para virar… o quê mesmo? Momentos sensacionais que se desmancham no ar, em ondas, pulsos, roteiros, projetos. Volta a imagem da célula que desintegra, cheia demais de imagens, sonhos, vôos rasantes sobre praias lindas.
Estrelas cadentes, músicas, filmes, poemas.
Tudo conspira e sigo, encharcada. Hormônios que deviam se desfazer arrastam em outra direção. Conexões, estradas, pontos de referência. Satelite peep. Comentários pulam da tela, servem de referência a uma outra viagem. Declarações se atravessam. Sentidos invertidos, pólos opostos, místicas, crenças. Caos e criação?
Come back? Go on!