i’m back


O inverno não foi longo nem tenebroso. A vida seguiu, pública, lá no Ladybug Brasil – que vai ganhar domínio próprio e outras funções nas próximas semanas.
Continuei a fotografar – não tão inspirada nem tão frequentemente.
Continuei a estudar AE – já estou inscrita no Seminário Light, que começa no próximo fim de semana e voltei ao grupo do Corporificando.
Continuei webbando – Laboratório do Processo Formativo em andamento, Almeida Leite assinou com a Conectiva; site da Conectiva quase, quase (preciso me disciplinar e terminar este também)
Os amigos, este tesouro, continuam por aqui, mesmo quando vão para o Canadá ou estão lá em Seattle, WA.
Estou adorando a experiência do Twitter. Sigo meus amigos pela vida, posso lhes contar o que a vida apronta aqui. Divertido.
Estou de volta à terapia. O nome dela é Rebeca. Acho que nossos caminhos já se engrenaram – pelos efeitos em mim. Voltei a sonhar, a pausar e refletir muito sobre a vida. Já caminho pelo quebra-cabeças de outro jeito.

Sensibilidade

Ao longo dos anos aprendi a aprender: ver e ouvir, tatear minhas medidas, viver meus mutantes tamanhos, pressentir meus movimentos mais profundos, navegar minhas próprias ondas.
E, finalmente, pude fazer, cada vez mais, os tais bons encontros. Nos bits, nas carnes, nos textos. Hoje ganhei um arranhão e um presente. Veio de uma gata selvagem que costuma fazê-lo – e por quem, pasma, descubro sentir compaixão, ternura, amizade. O carinho veio de um sorriso que só conheço na web e que reconhece, sem medo e de coração aberto, meu esforço para criar um outro lugar de comunicar. E este simples elogio, que reconhece minha intenção primeira – ativar emoções e mentes, avivar o leitor, acordá-lo para o vivo em si – pesca dentro de mim novas realidades.
De que serve sensibilidade diante dos brutos? A brutalidade, meus caros e caras, se disfarça em atitudes gentis e educadas, em namastês à frente do coração e em dedos que apontam erros.
Não há juízo de valor aqui, entendam. A brutalidade tem a sua função na vida – caso contrário, tenho certeza, não existiria. Ela faz par com o belo e o doce, compaixão e ternura.
E ao encerrar o dia, me satisfaço com realizações e erros. Viva!

Significados do Dicionário Duden

Sempre fui péssima em alemão. Guturais não combinam com a minha garganta.
A surpresa da semana foi o romance A menina que roubava livros, de Markus Zusak. Várias falas me tocaram com o calor que só a morte tem. Alguns precisam de registro aqui:

Significado no. 1:
Zufreidenheit – Felicidade
Proveniente de feliz – que goza de
prazer e contentamento.
Vocábulos correlatos: júbilo, alegria,
sentir-se afortunado ou próspero

Significado no. 2:
Verzeihung – Perdão
Parar de sentir raiva, animosidade ou ressentimento.
vocábulos correlatos: absolvição, indulto, clemência.

Significado no. 3:
Angst – Medo
Emoção desagradável, amiúde intensa, causada pelo
pressentimento ou pelo reconhecimento do perigo.
Vocábulos correlatos: terror, pavor, pânico, susto, sobressalto.

Significado no. 4
Wort – Palavra
Unidade significativa de linguagem/promessa/
breve comentário, afirmação ou conversa.
Vocábulos correlatos: termo, nome, expressão

Significado no. 5
Gelegenheit – Oportunidade
Chance de avanço ou progresso.
Vocábulos correlatos: perspectiva, abertura, ensejo.

Significado no.6
Elend – Desgraça
Grande sofrimento, infelicidade e aflição.
Vocábulos correlatos: angústia, tormento,
desespero, miséria, desolação

Significado no. 7
Schweigen – Silêncio
Ausência de som ou ruído
Vocábulos correlatos: quietude, calma, paz.
(… silêncio não era quietude, nem calma, e não era paz)

Significado no. 8
Nachtrauern – Lamentar
Sentir uma tristeza carregada de saudade,
desapontamento ou luto.
Vocábulos correlatos: penalizar-se,
arrepender-se, prantear, contristar-se

Encontros

Cruzamentos de mundos, encruzilhadas sonoras.
Gostos, histórias, carreiras, vidas. Eu te conto a minha, você traceja a tua. Vamos trocando, paripassu, um dá, outro recolhe. Um dá outro, recolhe. O descompasso se insinua invisível: aos poucos, um dá mais que outro. A princípio nem se nota a diferença – é milimétrica. Com o tempo, senhor dos processos, abismos se abrem. Ninguém percebe…
Numa tempestade, arma-se um rompimento. Uma se marca pela insegurança, transfigura-se em muitas. Outro se fecha em copas. Conexões interrompidas. Igualdade restaurada? Qual nada. Perdem-se. Passam.
Volta a pergunta: o amor é um mal? Talvez não. Mas vejo os destroços enquanto arrumamos mais uma mudança. Companheiras antigas, ventanias verdes, hoje igualadas nas cores, refletimos.
Nos sabemos belas, desejantes, plurais e solitárias. Penélopes+Ulisses, guerreiras suaves. Acompanhadas pelos nossos irmãos, pais, mães, filhos, amigos. Revemos, olhos baixos e cabeça erguida. Cansadas, exaustas, exauridas. Já demos tanto, tanto, tanto. Para mais uma ver ver interrompidos sonhos. Mais um filme com final previsto.
Mesmo assim brilha, no final da escuridão, o lampejo da esperança, esta velha companheira. São teimosias, persisitências e buscas muito maiores e mais fortes.
Nem sempre é glorioso. Em geral, é bem humilde. Seguimos.