Gong Show (ou que planeta é esse?)

Quando tinha meus 18 anos ia dançar num lugar chamado Rose Bom Bom. Gente bacana, moderna, cheia de projetos e esperança na vida.
Ontem, fui conhecer a nova versão do velho Rose. Instalado no topo da Galeria Ouro Fino, na Augusta, o lugar parecia legal. Ai, ai, ai. Deu medo. O som é bom, tem um terracinho apertadinho pra tanta gente, mas que garante um respiro… duro é enfrentar o povo que circula pelo piso preto-e-branco!
Pra começar, o povo bonito dos Jardins é mal educado. Quando o lugar enche vira empurra-empurra e salve-se quem puder. Tome cuidado pra não ser engolida no rolo compressor do vai-e-vem – ninguém pede licença nem dá passagem. Pra completar, aquela gente bonita está com sérios problemas: esqueceu o que é se divertir. Todos jogam pra platéia…
Os homens, então, pareciam uns pastéis – sem recheio e encharcados de óleo (argh). Não dançam, não sorriem, não têm cantadas interessantes. Conversa inteligente? Procure em outro lugar, não nos Jardins. Parece que se acham os reis da cocada preta só porque são homens. Ficam esperando a mulherada cair matando, vê se pode! Tem tanto homem nesse mundo, muitos tão especiais… Quem eles acham que são?
As moças estão lá e a maioria cumpre o seu papel. Faz o jogo dos negos, tudo em troca de um chamego – que não acontece. Encheu – o meu saco. Gong, gong, gong.