O lençol de incômodo, dor e irritação está soterrado
esconde-se nos sorrisos, no indizível cresce
E a dor se espalha calada enquanto se fazem cópias
blue day
apesar das flores: tristeza
apesar do amor, dor
apesar do sorriso, pesar
além de toda a superfície, peso
aspas cercam a busca
chove, esfria
a florescência segue, azulada
filhos doentes, pais e mães em correria
mães doentes, filhos de orelhas em pé
amigos que sofrem: o quê fazer?
há uma luz em algum lugar…
ombros surgem para o consolo
uma mesa,
um solo,
uma foto
um som
blue day
rainy day – go away
Beautiful
Vontade de escrever muito, mas a dor de cabeça atravessa o desejo
Os olhos continuam vivos, alertas. Captam flores, cores, detalhes
E nas fotos surge um discurso: a flor, o tempo, a mão, a flor.
Dar e receber.
Pulso.
Membrana-limite-contorno.
Camadas de história se fazem
Experiência que ganha corpo
Vida que segue
A mão, o tempo, a flor
E as borboletas povoam a véspera do outono
tictacdomeucoracao
Tecidos urbanos
Feitos de carne, suor e amor
sobre fios e cinzas que constroem a cidade
Num espaço qualquer
Um recorte emerge: organizar e desorganizar
(criar o novo, desfazer o velho)
decidir o que não é
escolher o que é
De repente se vê: o novo se enraiza a partir da planta dos pés
E na palma das mãos vira calor