Amanhece, perdão!

A ordem vem de cima, do cosmos: perdoa, nega!
Tarefa difícil esta: deixar a memória sumir, esfumaçar o que foi querido, importante.
Dissolve-se a névoa, acontece um segundo amanhecer. O primeiro foi azul. Este agora vem tingir de dourado o dia, enquanto as palavras enfileiram um adeus.
Adeus misturado com outros gostos, outros beijos, outras carnes.
Um tchau em voz baixa, suave, que me faz tremer dentro do dia quente.
Por instantes seguirei só. Um solo de guitarra, de contrabaixo, de clarinete. Orquestra de mulher só que teima tentar ser feliz.
Perdoei? Veremos.
Ciao, goodbye, adieu, arrivederci.