Por um bocado de amor

daybyday
Do livro Realidade Somática, de Stanley Keleman

“A importância desta idéia fica clara quando começamos a encarar o amor como um processo biológico. Frequentemente se fala do amor como um ideal, um estado, mas raramente como um processo biológico que passa por mudanças e transformações. Quanto mais profundamente vivemos a vida de nossos corpos masi profundo é o jorro do amor. Em outras palavras, é o reconhecimento do outro como parte do processo vital. O que chamamos amor é o processo de como relacionamos nosso ser biológico e social, como modulamos nossas respostas e estabelecemos conexões que nos dão continuidade, satisfação e formação de comunidade. Esse processo garante tanto a individualização quanto a evolução humana.”

loco coltrane habla – por e-mail

O que seria del mundo sin los malacos y sus chapeles, muchacha ? Sin cartola, el Chapelero Loco seria confundido com un simples pedinte por las calles suburbanas, tiendo la cabeza cortada por Lewis Caroll en persona. Si, puede crer, muchacha. Despruovido de su quepe, Zé del Boné seria condenado a la terrible y hediounda sobriedad, recusando toda y qualquier oferta de cerveza preta que lhe fosse feita por alguna alma caridosita. Se lhes arrancassem fuera los chapeles, mi pequeña, los cangaceros del Lampión acabariam cantando “s´eu pudesse eu matarra mil purque sô cabra homi“, el funk del Jeremias Mucho Loco. Todo hombre que usa un chapéu tiene el sacrossanto derecho assegurado de abusar de el portuñol savage para su mejor comodidade, compriendes usted ? El mundo es una cabezita chata, muchacha. Esto és o que yo, Loco Coltrane, tieno a lle decer por hoy

1988: um post memória

disparado por Tucori
Lucia Freitas

Quando 1988 começou eu era filha de santo, frequentava uma casa de umbanda e achava que tinha que “me purificar” e parar de ser doida. Aos 23 parecia que a vida era comprida e duraria para sempre. Tudo começou num “trabalho” na Praia Grande, lotada de gente, de trabalhos, de congestionamento. Foi o ano em que resolvi terminar a tal da faculdade, que tinha “largado” por conta do primeiro emprego, na Rádio Cultura. Sim, eu comecei como assistente de produção por lá – e também produzia o guia do ouvinte, uma revistinha com toda a programação da Cultura FM…

Enquanto eu aprendia muito sobre música erudita – honra máxima, com os maiores maestros do Brasil – e lutava para chegar na hora às aulas noturnas, no toca-fitas do fusca amarelo recorria a titãs, legião, paralamas, the cure, joy division em fitas k7 muito das bem-gravadas para driblar a encheção das 19h, que atendia pelo nome de “Hora do Brasil”.

Rabiscava poemas em cadernos que guardo até hoje. Me encantava pelos homens errados – como ainda faço hoje. Adorava o silêncio da madrugada, e isso também não mudou. Era hora de fazer tec-tec-tec na máquina de escrever eletrônica da IBM… como é que a família conseguia dormir? Fumava, tomava café e ia até o meio da madruga enchendo folhas e folhas de hai-kais, poemas e muitos desabafos. 😀

A vida parecia não ter limites. Até que outubro ou novembro chegou. Uma noite – acho que foi quase exatamente há 20 anos, tipo dia 22 de outubro, aniversário de uma certa prima -, rolou um mega estresse e meus pais se separaram. Aquele deus-nos-acuda de gritos, berros, brigas. Não conto os detalhes, mas foi feio, feio.

88 foi ano de conhecer a Yara. Foi ano de me formar na faculdade e conseguir o tal do MTB, o registro de jornalista profissional. De não ter limite algum. De jogar muito I Ching. De deixar de lado o terreiro de umbanda e tentar “voltar à casa”. De colocar um pé no dark, outro no punk e curtir muito beber, dançar, enlouquecer.

Foi ano de constituição novinha em folha para o Brasil. Tempo de colecionar LPs. Tempo de ensaiar vôo solo para encarar de frente som e fúria, separação e loucura – perder o pé total. E publicar um pequeno poema concreto em alguma coletânea. Tempo…

Carinho

O que resta é a alegria da lembrança. Agradeço a TODOS os que me cuidaram e amaram. Principalmente os silenciosos ou PVTs…

foto do Manoel Netto, em algum momento de 2007.

Em memória da Charlote


Ela foi linda e companheira por 9 anos.

E agora, depois de um último suspiro nos meus braços, está navegando na luz.

Para embalar um dia cinza e triste, musiquinha by tia Nosphie

[update]

A senhora e os gatos do castelo agradecem a força, o apoio e a luz dos amigos citados abaixo (e pedem desculpas por eventuais esquecimentos…)

Zel (+Fer+ Groo e todos os furões); Denize; Nospheratt; Lu Monte, Cynthia, Jujuba – Luluzinhas queridas que não me abandonaram.

Para a Regina Favre, que me alimentou, me acolheu e me deu um mínimo de conforto no meio deste luto gigante.

Don Cardoso – eu sei o quanto aquela caretinha quer dizer…

Dona Lili – luz e força para a Graça aí.

Don Jorge – abraço recebido

– obrigada!!!

Beijo no coração para todos os que não comentaram, não twittaram – mas pensaram de alguma forma na gente.