Esclareço que fui criada católica e, nos últimos anos, desenvolvi uma particularidade enorme: vou à igreja quando me dá na telha para rezar do meu jeito. Não suporto o papa e me declarei auto-excomungada no instante em que ele foi anunciado. Me vejo em várias saias justas por conta desta história. Eu me considero cristã, – num sentido que não pertence à nenhuma religião estabelecida, mas como seguidora do Cristo, mesmo – cuja história me inspira e me guia desde pequena.
Por essas e outras, fazia muito tempo que não ia à igreja. Hoje compareci à missa de sétimo dia de um conhecido. Cheguei cedo, rezei o terço junto com o povo antes da missa – feliz e contente, registro. Tive vários insights, me emocionei, lembrei da minha avó Esther (que adorava aquela igreja), perdoei um ser humano que andou brincando com o meu coração.
Fiquei bem.
O negócio pegou no instante em que o folheto falou mal dos judeus e piorou quando no sermão o padre disse que os outros cristãos não são cristãos de verdade. Dei o troco na reza seguinte. Em vez de dizer revive a tua igreja, senhor, pedi em voz bem alta: perdoa a tua igreja, senhor. Aproveitei e reforcei a distribuição de perdão – principalmente praquele cara que deixou o meu coração partido. Sabe que parece que consertou?
cantadinhas q salvam
Ok, ok, foi no msn, o moço está em Portugal. Mas que ganhar uns elogios faz um bem danado ao ego, ah, isso faz. Dá até mais ânimo pra encarar as horinhas de trabalho pela frente, quando tudo o que queria era deitar e dormir…
vazios
namastê para Zélia Duncan
Pensei
Que haveria um pouco mais
De amor para mim
Guardei
Cada luar
Cada verso encoberto
Nas notas da canção
Pra que
Se um vazio me esperava
E eu não percebi
Devolve meus dias
Minha alegria
Diz nos meus olhos
Verdades ruins
(Esse é o refrão)
(2x)
Que não foi bom rimar
Cada carinho que eu fiz
Que a minha voz cantada
Nem soa tão bem
Que os nossos sonhos
Foram pesadelos
Enfim,
Mas pelo menos
Fala pra mim
Esse silêncio
É que me atordoa
Se foi tudo à toa
Volta e me deixa
Me recolho,volto ao meu mundo
O que é só meu
Tem que voltar pra mim
Me lembro quando
Você passou
Era um dia tão claro de sol
Pensei:”Meu Deus,
É um sonho!”
Meu coração feito louco
Batuque
Por isso agora
Não me machuque
Vou te guardar como
Triste lembrança
Ninguém jamais vai me
Enganar outra vez
Eu prometo à vocês
Trechos de caderno
Um tanto de rigidez, um tanto de poroso, um pouquinho de densidade – e um inchaço que sobrevem (ou brota) em algum lugar destas camadas. São camadas, loops, sucessões – de histórias, experiências, formas… Ao escrever, me espanto!
O quanto eu sou capaz, hoje, de me modular e ESCOLHER, de acordo com o meu humor, com o ambiente, com o momento e o acontecimento, a forma que quero usar. Tenho um repertório de formas – não é infinito, às vezes fica fino, às vezes se abre. E me vem a imagem de que a Regina tanto falou enquanto a gente leu, experimentou e viveu o Anatomia Emocional, junto com o grupo 3: um leque de formas de faz quando desmanchamos as distorções.
novas lascas de comportamento desprendem-se de nós.
E depois do grande processo de desmanchamento, o processo formativo vai se fazendo – um pouco de atenção, muito trabalho, auto-reconhecimento, manejo (pouco, pouco, pouco, um pouco de cada, tudo minúsculo, quase invisível).
um micron basta para construir um novo caminho, criar pequenas brechas – como flores que brotam no cimento. O pequeno, o minúsculo faz uma enorme diferença.