primaveras são mais que palavras vãs, meu bem

quem tem consciência para ter coragem
quem tem a força de saber que existe
e no centro da própria engrenagem
inventa a contra-mola que resiste
quem não vacila mesmo derrotado
quem já perdido nunca desespera
e envolto em tempestade decepado
entre os dentes segura a primavera.

da assinatura de lelex, pra comemorar um ano de barcamp
desconferências são mesmo inesquecíveis

amei

quatro letrinhas sórdidas enfileiradas como um feitiço
tramadas por imagens belas e frases vazias
(escrevo com os olhos bem fechados)
entre o álcool e o ser e o abismo
entre o ser e o abismo, um éter
jogo, jugo,
tudo vaga
nuvens algodoadas num céu de quase-primavera
e a noite quente, quente,
embala o desejo desvairado, desavisado, livre, impávido e colossal
flores, cores, flores
tum-tum-tum-tum
(tô bêbada…)

Sobre enganos, doçura e vida

De novo mergulho abaixo do limite.
Outra vez sei que a superfície está mais perto.
Não tenho mais medo. Apesar de ter me prometido (através de Zélia) não me enganar mais, sei que vou errar, sim. que bom! Desde que o erro traga sua lição, será ótimo!
vivo, elétron livre. Como sustentar a liberdade? A pergunta volta e volta e volta. Eu teimo em buscar a resposta, apesar dos becos sem saída. Ainda bem que ainda não estou emparedada.
E, como sempre, me alimentam os tênues fios de web que me sustentam. Ver o blog do Danilo crescer, ver o blog (fechado) do AE9 ser construído a muitas mãos e com diversos olhares sobre o mesmo tema. Saber que o blog (também fechado) da MAC ajuda a construir uma ferramenta de troca dentro da corporação. Todas sementinhas minhas. Todas plantinhas a crescer.
Ver o novo sistema do Disq, fazer a minha revisão, oferecer a minha experiência para dar respostas a perguntas que parecem sem resposta.
Saber que a vida – e a mudança – tem sim um trecho de amargor. Lembrar que, sim, podaram a amoreira onde eu costumava roubar doçura no sol a pino e na noite alta. Mas há outras, sempre haverá. E sempre, sempre, sempre, este vagalume chamado esperança, que pisca em frente aos meus olhos.

Questions

Arranquei meu coração do peito e agora sofro?
Por que preciso ser tão dura comigo mesma?
Where do I wanna go?
Straight, straight, straight
We march to death’s arms.

Escapes – dreamscapes


Muita intensidade cá dentro. Nada lá fora para dar limite.
Pelos poros sai a vontade do encontro – que não vem.
Pela frente, o imenso azul. A bordo, um mar de histórias, feito de muitos fios que se entrelaçam. E a sensação de “quase” colocar o carro à frente dos bois.
Sou um grão de mostarda. Uma gota misturada à multidão de gotas
Sou a busca – o nariz que fareja, a mão estendida, o olho que vaga
Até que encontre o cheiro, uma outra mão, um olhar…
Mulher feita de nós, em busca de novos nós.
E lá está a praça coberta de corações à espera dos apaixonados