Esclareço que fui criada católica e, nos últimos anos, desenvolvi uma particularidade enorme: vou à igreja quando me dá na telha para rezar do meu jeito. Não suporto o papa e me declarei auto-excomungada no instante em que ele foi anunciado. Me vejo em várias saias justas por conta desta história. Eu me considero cristã, – num sentido que não pertence à nenhuma religião estabelecida, mas como seguidora do Cristo, mesmo – cuja história me inspira e me guia desde pequena.
Por essas e outras, fazia muito tempo que não ia à igreja. Hoje compareci à missa de sétimo dia de um conhecido. Cheguei cedo, rezei o terço junto com o povo antes da missa – feliz e contente, registro. Tive vários insights, me emocionei, lembrei da minha avó Esther (que adorava aquela igreja), perdoei um ser humano que andou brincando com o meu coração.
Fiquei bem.
O negócio pegou no instante em que o folheto falou mal dos judeus e piorou quando no sermão o padre disse que os outros cristãos não são cristãos de verdade. Dei o troco na reza seguinte. Em vez de dizer revive a tua igreja, senhor, pedi em voz bem alta: perdoa a tua igreja, senhor. Aproveitei e reforcei a distribuição de perdão – principalmente praquele cara que deixou o meu coração partido. Sabe que parece que consertou?