Eu tive câncer. Ela também. Nos tratamos juntas por um tempo. O estado terminal, nela, veio antes do meu…
Terça-feira, dia 6, escolhi por ela, que estava mancando, magrela, com dificuldade pra respirar: vai lá fazer companhia pro Tico, pra Charlote e pra todos nossos amiguinhos que já estão na paz.
Chorei muito. Tem um buraco aqui. Falta ela, a Priscila. A gata que odiava brincar com gatos – e era um grude doce, dengosa, companheirona.
E, depois de tudo, nossos corpos inertes deixam uma lembrança. E essa impressão sutil atravessa o universo, formada por nossas graças, olhares, afetos. É ela que fica ali, o tempo todo a lembrar: existimos, fomos, somos, seremos.
Lembranças, experiências, histórias.