Argh

Uma gosma catarrenta tomou conta do meu corpo e da minha alma.
Minha tia foi operada, um “amigo” puxou meu tapete (e eu continuo em pé) e pra variar tô com uma preguiça mortal de fazer os balancetes do condomínio.
Queria publicar a foto da paineira que tirei com o celular, mas quem disse que eu consigo tirar as fotos da engenhoca? E ainda fico dizendo que o meu pai tem problema de Bios (bicho ignorante operando o sistema).
Tô com saudade de dar risada de verdade. Sinto que todas as minhas risadas são tristes, máscaras pra não mostrar como me sinto perdida nesse mundão – não podia ser só um pouco menor pra tornar as escolhas mais fáceis?
Argh, argh, argh.

Mitos contam começos e fins

Do mito de Erisicton, o único caso de Ceres se vingar na mitologia grega, vem a fome que tudo consome, que nada sacia. E fica a sua filha, sem nome, mulher mutante, fêmea mutável, que se salva da escravidão graças a essa capacidade.
Vem a imagem de Eco, ninfa condenada pela ciumenta Hera à última palavra. Última palavra: uma triste repetição do que o outro disse.
Enquanto ecoava a pergunta “o que faremos?” surge a imagem do velho Clint, cada vez mais pistoleiro, a matar o que ama e já não pode viver. Só pra depois sumir no mundo sem deixar vestígios. Parece o sonho de consumo dos emparedados: evanescer.

Hora de Voltar

Um filme delicado, redondo, claro. Fala de um lugar humano, dos seres humanos que somos, dos encontros. Além do texto mais que perfeito, das cenas tocantes, disparadoras de mais vida, o final é inspirador. O que faremos agora?