Fim de semana de sol de inverno. Fui à praia. Paúba continua linda, o povo continua o mesmo. Depois de um fim de semana ótimo, em que descarreguei, entrei no mar gelado, tomei solzinho fraco com vento frio – e foi muito BOM – dei de cara com o trânsito na Rio-Santos.
Até aí, tudo bem. É julho, férias, muita gente. Enchi a mente com a imagem da coruja pousada no telhado contra a baía fervendo de pôr-do-sol e tirei o pé do acelerador. Paciência, né? A gente tem que dividir espaço mesmo, faz parte do destino de ser humano.
Ah! mas isso só vale pros otários. Quem tem EcoSport, Focus, Astra, Audi, Peugeot e todos os carrões que custam uma bala não precisa! Cortam pelo acostamento, fazem ultrapassagem na fila dupla, limite de velocidade só pros outros. O fim da picada!!!
Ainda não entendo essa lógica selvagem que consome os paulistanos. Nasci e vivi em Sampa a vida toda. Vejo o jeito como as pessoas se comportam e só sinto nojo, asco, raiva. Pra quê lei, então? Pra quê se dar ao trabalho de ir votar? Pra quê?
Depois andam na rua todos bonitões, de carrões, roupa de grife… e são os verdadeiros trogloditas. Claro que todos estavam nas suas cadeiras lendo a história da Veja sobre o PCC. E se comportam igualzinho: qual a diferença do bandido puxando arma e do motorista ultrapassando em local probido?
Nenhuma! Os dois matam.
Para a semana, fica a imagem da coruja.
Na vida cotidiana infectada por bandidos disfarçados em carrões e roupinhas bacanas.