UFA! UFA!
A dura arte da sobrevivência cobra seu preço. Dez, doze, quatorze horas de trabalho por dia. E sobram faturas pra pagar. E as dívidas estão lá, dando tchauzinho, pedindo a minha atenção. Enquanto isso, mil telefonemas, correria, é preciso estar bonitona e bem-humorada.
Bem melhor que ter um salário garantido e a vida crestada pelo mal-estar, pelo chefe besta. Essa vida tem seu encanto. A felicidade arrisca, dá o ar da graça e ando por aí satisfeita e com uma interrogação enorme pulando no peito: será que vou conseguir pagar as contas?
No final, sempre consigo. Mas haja coragem pra sustentar a dúvida, organizar a vida e seguir em frente.
Estas duas últimas semanas foram marcadas por altos e baixos, ondas de sucesso e fracasso. Houve um momento em que achei que havia tomado um caldo irrecuperável. E a vida mostrou, mais uma vez, que enquanto a gente não morre sempre existe a possibilidade de recuperação.