O Laço e o Abraço

Foto: reprodução de cartão de um quadro de Piero Della Francesca.
Para comemorar um fim, para celebrar o reencontro comigo, para agradecer aos amigos e à família, que sempre estão a meu lado. Principalmente, pela existência da tribo formativa, querida, especial, humana, presente.

Poema recebido por e-mail, de Augusto César
Meu Deus!!! Como é engraçado!…
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço.
Uma fita dando voltas?
Se enrosca…
Mas não se embola,
vira, revira, circula e pronto:
está dado o laço

É assim que é o abraço:
coração com coração,
tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço:
um abraço no presente, no cabelo,
no vestido, em
qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando devagarinho,
desmancha,
desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo,
fica solto no vestido.
E na fita, que curioso,
não faltou nem um pedaço.

Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento.
Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho,
mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo,
laço de amizade.
E quando alguém
briga, então se diz
– romperam-se os laços.-
E saem as duas partes,
igual meus laços de fita,
sem perder nenhum pedaço.

Então o amor é isso…
Não prende, não escraviza,
não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.
[update, 23/06/2007] Este poema é da psicóloga Maria Beatriz Marinho dos Anjos, de Belo Horizonte.