Jornalismo é assim: a gente faz, refaz e faz de novo, até o editor ficar feliz. Disseram que o texto “Minha mãe é meu melhor amigo” não contava porque o bonitón gostava da mãe. Reescrevi. Vejam no que deu.
“Minha mãe é meu melhor amigo”
“Minha mãe é meu melhor amigo”, diz hoje Eric Plank, roqueiro, 22 anos. Sim, você leu certo: ele diz melhor amigo! Este amor em forma de camaradagem começou de forma velada no campo de futebol do clube Pinheiros, em São Paulo, onde Eric jogava sob o olhar e a torcida da mãe. “Uma das regras era: ninguém xinga a mãe do goleiro – senão eu dou porrada”, lembra o rapaz. Isso ainda rende boas gargalhadas para a dupla.
Depois de vitórias, derrotas e muitas contusões, o sonho de ser jogador profissional foi “abortado”. Ele pediu e ganhou um violão. “Além de dar força para ter aulas e melhorar, sugeriu aulas de canto”, conta. Para completar, ele se interessou por filosofia. E foi ela quem indicou as leituras.
A relação de cumplicidade e carinho é extensa. Ela respeita e dá força, o que conquista o filho. “Ela nunca teve ajuda para conquistar seus sonhos. Comigo, faz parecer fácil chegar onde quero”, conta. Isso aconteceu quando entrou na faculdade de jornalismo. A segunda coisa que a mãezona fez, depois da matrícula, foi arranjar um estágio para o filhote. “Eu me desencantei e pulei fora”, lembra.
“Sei que a primeira ocupação dela é que eu tenha tudo o que é importante para ser feliz”, diz Plank. Ela ensina como brigar pelos seus pontos de vista, a não dirigir se beber, ouve as confidências amorosas, ajuda na lida com a banda, Makiavel, inspirada no autor de O Príncipe.
A última façanha da dupla dinâmica aconteceu em fevereiro. Paula doou suas milhas aéreas para Plank ir ao Rio assistir ao show dos Rolling Stones. Tudo por uma boa causa: formar um roqueiro à altura de Mick Jagger.