Eu queria saber como ela dá conta?
Ela achou e perdeu. Ela briga, luta, escreve, escreve, escreve. E está lá, na luta. Eu sei, ela luta. Do meio do pânico, do meio da vida que parece ser do contra. Segue. Emociona. Cuida da casa, do gato, das contas, do ridículo da burocracia. Cuida dos amigos, dá aula, inventa, inspira.
Tia… você é uma heroína. Eu te admiro. Do fundo do coração, minha linda. Te amo, quieta no meu canto, sem muitos tec-tecs, nada de msn, livro de visitas vaziozim. És a primeira, sempre. Depois vêm outras, muitas outras, todas queridas, que compartilham contigo as muitas gavetinhas do meu coraçãozim.
Ela cuida do dia, este mesmo dia que eu já quase não tenho coragem de olhar. Afinal, meu trabalho eu posso muito bem fazer na quietude da madruga, fingir que dou conta durante o dia (absolutamente sonâmbula) e depois mergulhar de novo na dor da madruga. E esquecer, na trabalheira e na pressão, que solidão pesa. Eu sei. Pesa toneladas.
E pelo menos, eu tenho um cobertorzim pretim, dengosim. E outro amarelo. e outro branco. E um invasor(a).
E pelo menos tem gente de olho ni mim. Gente querida, que me cuida de longe e de perto. E eu aqui, andando na beira do precipício. Dá um medão cair! E nestes dias de lua cheia pintou uma intuição: eu vou conseguir chegar do outro lado. Falta só mais um pouquim…