Ano Novo

Ano novo, de novo. Cheia de paz, em busca de paixão, sigo.
A história de uma vida, recheada de dor, fingida com sorriso.
Neste instante, prefiro consertar, tentar tecer algo novo para o horizonte dos próximos anos… será que consigo mais 40?

, Pessoa

Reencontro com Bernardo Soares me traz um pedaço de mim. Que susto ser tão parecida com Fernando Pessoa!!!
Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para outro, ser novo com cada madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção – isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.
Esta madrugada é a primeira do mundo. Nunca esta cor rosa amarelecendo para branco quente pousou assim na face com que a casaria de oeste encara cheia de olhos vidrados o silêncio que vem na luz crescente. Nunca houve esta hora, nem esta luz, nem este meu ser. Amanhã o que for será outra coisa, e o que eu vir será visto por olhos recompostos, cheios de uma nova visão.

Como você termina?

Essa semana, surgiu uma pergunta no grupo Anatômico: qual é o meu jeito de finalizar alguma coisa? Como faço para terminar uma coisa?
As imagens vieram, fui lembrando minha vida. É bom lembrar a vida desse jeito, descobrindo como a gente faz acontecer coisas. Nesse momento, em que tudo é novo, em que vivo essa reconstrução de modo de vida, é uma lição preciosa, que se espalha por todas as áreas, níveis e fazeres.
Quem quiser, pode colocar nos comentários: como você faz para finalizar alguma coisa? Um namoro, um casamento, uma relação de trabalho, uma amizade… eu quero saber como os outros fazem.
Em tempo: todo mundo sabe como a vida termina, não? Para mais esclarecimentos ao tema, vasta bibliografia à disposição. Os meus preferidos na ordem:
Viver o Seu Morrer, Stanley Keleman, ed. Summus
A Negação da Morte, Ernest Becker, Ed. Record (vencedor do Pulitzer)