Quanto estou disposta a pagar pelo meu SONHO? tudo? quase tudo? Estes dias, a vida tem cobrado de mim uma resposta. No mínimo, uma atitude. Acho que é a história de fazer 42, tem o retorno de Saturno, é o tal do setênio terminando (odeio R. Steiner), etc
Como estou atravessada pela dor hoje – seguro heroicamente as pontas, me grudo no trabalho – resolvi usar essa imagem linda. Não sei onde peguei, mas como não anotei o crédito é uso livre. Pena não conseguir dar crédito ao autor. É tão linda!
Aí vem a Beth Barbi, amiga querida e distante, e manda uma série de poemas pensantes, todos inspirados no célebre Maiakovski:
Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem.
Pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Eu sigo falando e cantando, lá no Ladybug. Eu sigo lutando para manter as flores vivas, o cão ladrando, o poeta cantando. Eu sigo… E, preciso dizer, às vezes me pergunto se o preço que pago vale a pena.