porosidades

trocar dia por noite
temer o sono até cair de cansada
adorar o toque do lençol na pele, a ponto de querer ser um com ele, o colchão, o travesseiro.
não atender telefone, celular e deixar o computador o dia todo desligado – nem tchuns pros e-mails, pros sites, pra vida
não sair de casa por dias e dias a fio
ter vontade de sumir, evaporar
tudo para não ter que enrijecer – e voltar a ser raivosa.
ó padrão! tu és quase o meu patrão.

Parabéns pra mim!

é pra comemorar. mais um ano. 365 dias vividos. e só eu sei que este último ano não começou muito bem. corações partidos nunca fazem bem à alma. confesso: adoro maus começos. me dão força para criar, para superar, para viver o que há e seguir em frente. ser livre, ah, ser livre. este meu desejo inalcançável e impossível! Neste ano que passou aprendi tanta coisa, fiz tanto (ver o Ladybug para mais informações) escrevi um tanto a mais do que sempre fiz. Criei uma preguiça gigantesca para jornalismo/matérias. Aprendi a falar de dinheiro – embora ele ainda não esteja do jeito que preciso. Errei muito, muito. Chorei com a Fal, com a Zel. Conheci a Nosphie. Ri muito com a Nosphie e a Lu Monte. Descobri a dor e a delícia de ter um parceiro – e mesmo assim, valeu. Coloquei dois sites de clientes no ar (autocrítica: só? preciso trabalhar mais). Tive minhas primeiras grandes experiências públicas organizando eventos e fazendo workshops. Terminei com a Campus Party… sim, eu sobrevivi. Pude rever a Pati e o Laurent, conhecer melhor a Ana Carmen e o Renato Targa. Me afastei um tico de amigos queridos e off-line: Eugênia, Domingues, Paula. E mesmo assim a gente continuou amigos, tecendo projetos e pensando no futuro. Descobri que um homem de negócios é um gentleman também, que gafanhotos promovem redes inusitadas, que empresas podem ter um viés colaborativo. Que projetos on-line também precisam de encontros ao vivo, nem que seja no GTalk. Perdi de vista dois queridos, só para reencontrá-los. Tentei, eu juro que tentei, me apaixonar. Mas amor acontece né Marga? Que é um outro contato em comum com a Mariel, uma gaúcha lindona. Tive a honra de conviver com o Sérgio Amadeu e o Marcelo Branco; o Marcelo Estraviz e o Hernani Dimantas, o Beto Andrade. De descobrir o mel e o fel da Clarah Averbach, outra gaúcha doutora em vida. Ajudei a transformar o Desabafo de Mãe num site prontinho pro futuro, participei de uma dezena de blogs, criei mais alguns, participei de projetos secretos para dominar o mundo, comecei a desvendar os mistérios do WordPress, li alguns bons livros, tirei umas poucas fotos que valem a pena. Senti frio, morri de calor. Afaguei milhões de vezes meus gatos. Estudei História da Arte ao longe, com uma professora linda de morrer – e não consegui conversar tudo o que deveria e poderia na sala de aula, uma besta. Pude trabalhar de novo com a Sueli (eu morro de saudades disso, confesso). E que, às vezes, um flerte via MSN pode ser um tempero – e que morro de vergonha de mostrar minha sexualidade na internet. Montei muitos quebra-cabeças só para desmontá-los. Deixei o cabelo crescer muito. Continuei loira, apesar de querer voltar a ser morena. Viciei no Twitter absurdamente. Dei um jeito de ter um smartfone. Perdi o Steve de vista, mas continuo de olho nele. Reencontrei e perdi a Yara de vista. Me afoguei e fui salva no último instante. Fui para a Clínica da Dra. Liliana Pellegrini, honra que poucos têm. Conheci melhor o Juliano e Tati (perdi o link, droga), só para perdê-los de vista. Descobri a Thiane – que me apresentou o Phil que trouxe a Letícia na bagagem. Curti os 5Gb de conexão só no último instante com o Helton, fiquei feliz, nervosa, triste, feliz. Vivi. Muito. A minha vida e a dos outros também. Compartilhei coisas impensáveis em outros anos. Escondi coisas impensáveis em outros anos. Vi a morte levar gente querida. Vi amigos sofrendo sem poder dar um abraço, de longe, torcendo por eles. Fiz amigos digitais. Descobri que amor digital é uma farsa. E fui relembrada que existem muitos farsantes à solta no mundo “real”. Perdi meu esconderijo. Fui furtada. Fiquei com MUITA raiva. E está foi a minha vida: cheia de links, conexões, abraços, lágrimas que ficam escondidas. Feita de gente escrota, gente boa, gente chata, gente sem cintura, gente divertida, gente invejosa, gente desconfiada, picuinha, calor, afeto, carinho, alegria. Queria ser muitas outras coisas. E sou esta mesmo. aos 43 venho ao mundo quase nua. E pronta para mais 365 dias de luta, suor e, se tudo der certo, boas gargalhadas (misturadas às lágrimas de sempre).
Para comemorar, hoje à noite vamos ao Bar Balcão. Quem estiver em Sampa e gostar de Joaninha é bem-vindo.