Mudar de casa

Trocar Blogger por WordPress, neste instante, significa aprofundar uma experiência. Deixar de usar uma ferramenta pronta – que tem tudo instalado, confortável, fácil e simples – para configurar cada detalhe, controlar tudo.
Passei mais de mês em transe, paralisada, maturando a decisão. Vou ou não vou? Conversas voaram pelo msn e pelo gtalk. Cada um contribuiu com um tantinho: Nospheratt, Manoel, Jânio, Cris Bull, as dicas das listas. E, com o www.ladybugbrazil.com registradinho, hospedadíssimo, precisei superar a grande barreira do conforto e dar o salto.
Confesso que precisei de uma sessão inteira de terapia – que era sobre trabalho, veja bem – para fazer. O resultado foi maravilhoso: ontem passei quatro horas em frente do computador, mesmerizada, trabalhando como louca, para começar a colocar a nova casa em pé.
Agora que comecei o post me toquei: não é mudar, é construir uma casa nova. Significa mudar um tanto: links, feeds, divulgação, cadastros – tudo muda! Claro que já sabia disso. Mas não tinha realizado o tamanho da tarefa, o tanto que fiz em menos de um ano de Ladybug Brasil. Aquele blog de lá, com seu fundo claro, as notícias que parecem marés, me encanta e me faz focar. O melhor: graças às dicas, quem guardou o endereço blogspot não se perderá. A casa nova nascerá, se tudo der certo, com o mesmo page rank, os mesmos assinantes do feed, etc etc etc.
Este aqui? Continua na casa velha, confortável, conhecida. Como tantos outros que faço ou com os quais colaboro. Um ponto de conforto no meio de uma tormenta que acontece num mar liso, em dias dourados. Este é meu Puzzle Diário, o lugar das descobertas, dos amigos mais chegados, da vida “antiga” que fez brotar a nova. Este, eu não mudo não.

A morte

Mais um deixa o convívio. Aliás, uma. Tia meio distante, com quem tive pouco contato. Mas sou fã dos primos (também distantes, também pouco contato). Enfins, coisas que fazem parte da vida. O enterro acontece amanhã cedo, em Santos. Não faz dois anos enterramos o marido dela, meu tio, no mesmo cemitério. Até têm um certo encanto as histórias de casais que não sobrevivem à morte. Chamam à cena o velho amor romântico, que já morreu – mas ainda não foi enterrado.
Este aqui é pra dizer do sentimento de ver carne virar só carne mesmo. Não mais Marilena, não mais tia. De ficar ao lado de um quase desconhecido, com quem tenho um laço de sangue, e ver ele se emocionar e quase se deixar tomar pela perda – até as tias chegarem perto e ele perder a tenue aliança que estávamos construindo à beira da mesa de aço. De ver a tia – que era mulher linda, que envelheceu bem – amarelo cera, rosto e mãos tão inchados, pura carne após a morte por câncer.
A meu lado, a dor da minha mãe – eu imagino, pela amiga, pela contra-parente, pela família que já não é mais dela. Coisas do contemporâneo: a minha mãe não faz mais parte daquela família.
Ver pulsos e impulsos nos vivos da família – as hesitações, a espera sem velório, não saber o que fazer sem o ritual, as primas, o primo que agora ficou órfão de pai e mãe. Lembrei do tio, em outra mesa de aço. Amanhã a esta hora, os dois peregrinos vão estar de novo lado a lado.

i’m back


O inverno não foi longo nem tenebroso. A vida seguiu, pública, lá no Ladybug Brasil – que vai ganhar domínio próprio e outras funções nas próximas semanas.
Continuei a fotografar – não tão inspirada nem tão frequentemente.
Continuei a estudar AE – já estou inscrita no Seminário Light, que começa no próximo fim de semana e voltei ao grupo do Corporificando.
Continuei webbando – Laboratório do Processo Formativo em andamento, Almeida Leite assinou com a Conectiva; site da Conectiva quase, quase (preciso me disciplinar e terminar este também)
Os amigos, este tesouro, continuam por aqui, mesmo quando vão para o Canadá ou estão lá em Seattle, WA.
Estou adorando a experiência do Twitter. Sigo meus amigos pela vida, posso lhes contar o que a vida apronta aqui. Divertido.
Estou de volta à terapia. O nome dela é Rebeca. Acho que nossos caminhos já se engrenaram – pelos efeitos em mim. Voltei a sonhar, a pausar e refletir muito sobre a vida. Já caminho pelo quebra-cabeças de outro jeito.