Está anoitecendo, o céu tenta ficar rosinha (mas não consegue)
A pouca passarinhada busca seus ninhos
Te vejo on-line e sinto tua voz, teu rosto, tuas mãos fazendo o que sempre fazem comigo: tremores, terremotos, idas e vindas que me disparam pro mundo, me sonham, me abraçam…
Sorrio, gargalho, respiro fundo pra conter esta mágica e fazer dela uma relação.
Olhos úmidos, mãos que suam, tarefas que me chamam. Ok, já vou…
Mas agora é paixão, é entrega, é receber mils carinhos, é dar muito carinho.
Hora de descobrir, investigar, descobrir como fazer esta plantinha crescer.
Aqui resta a certeza de algo absolutamente novo, realmente poético e vivido de dentro das vísceras.
Crisis? Where?
Os dias são lindos, azuis, cheios de alegria.
Numa noite quente surge a dor. Uma dor enorme e fina, atravessadora.
“Medo, mano velho, achei que tinha te mandado ver navios no cais de Santos.”
O dia segue lindo. Eu travo, outro faz. E fazer, eu sei, traz mais afazeres. Cria mundos e novas perspectivas. O pecado, surdo-mudo, preenche células.
Afazeres se acumulam na tela.
Indiferente, a muda cresce, ramifica, cria outras possibilidades.
Sorrisos
Caminhada sob o sol a pino
Sobre a passarela
uma borboleta amarela
quase me atropela (e viva a rima quebrada)
Em frente ao HC, desamparo e dor
Atravesso o túnel, em direção ao cemitério
Céu azul, árvores em flor
Um reencontro no ponto – alguém cujo nome não sei
Tomo o ônibus errado, termino atrás da igreja
A felicidade do erro é linda!
Caminho sem medo sob o céu da cidade
Iluminada pela vida
Embalada pela inspiração
(22/2/07)